6 de jun. de 2009

AMANTES VIRTUAIS
.
Amamos como dois dementes
Nem tocamos a boca, os dentes!
Fomos virtuais
Talvez anormais?
Mas amamo-nos como os cisnes mansos
Ouvindo o cântico dos amores infindos
Longe dos olhos do tormento e dos sofrimentos...
Dos sentimentos fizemos poesia
Da ansiedade o contentamento
De não ferir os dogmas de uma vida impura
Damos asas aos pensamentos
Temos à chance de amar no escuro
Iludimos nas fantasias de querer alguém
Quimeras doces, por vezes profanas?
Quase é ter tido o que não se teve
Com a certeza de que escondido
Conseguimos amar sem ferir outro ser...
Como quem quase ganhou e ainda joga
Assim se vive enganando o tempo...
Passar a vida sem ter um amor
É não ter conhecido o de melhor da vida
Que é amar alguém...
Eu que pensava morrer sem o ardor do amor
No virtual amo sem mentir
Como nunca, no real amei...
(Augostinho M. da Costa)
.
---------------------------------------
AMOR VIRTUAL
.
Provoca-me, de longe,
atrevido...
Entre os bytes que percorrem meu corpo
de prazeres rendido...
Provoca-me
entre a tecnologia que nos dá acesso...
Mas provoca-me...eu peço!
Provoca-me
e toca-me...
ainda que seja só imaginação!
Minha boca e meu corpo serão teu,
nos decibéis que te percorrerão!
É que mesmo de longe
te sinto perto...
E isso é uma tentação que permito-me sentir!
Ainda que a tela fria do computador interceda,
meu desejo por ti,
é uma realidade que não dá pra mentir!
(Mell Glitter)