20 de out. de 2011

Aprenda a possuir-me...





Sou caça labiosa, gostosa, tentadora... Jugulo-me em caça e sou raça charmosa, sedosa, fogosa... Meu olhar confronta, afronta e meu cio confunde; meu corpo provoca e meu poema seduz; minha boca chama e afasta... Não sabes se meu não é meu sim. Se me pensas presa, solto-me; se me escorregas pego-te preso e teso, por inteiro, nas rimas do meu pecado.

Confundo-te todo, é parte do meu show...

Se tanto fujo do teu beijo é porque me quebro e requebro à troca de salivas... Não te sei beijar e deixar; se beijo, enveneno-me; se beijo, fico em ti... Por tal razão, mostro-te minha língua, esfolo-te a fantasia, mas permaneço solta a desafiar-te a prisão...

Confundo-te todo, é parte do meu show...

Ah! Mas se fores paciente, labioso, gostoso, tentador... de caça caço-te e faço-te charmoso, sedoso, fogoso, entrego-me com jeito ao teu beijo, rendo-me ao teu canto e transmuto em encanto... Confesso-te meus ais e dou-te as fendas todas do meu corpo, só por ouvir teu amor.

Não te sou tua em vulga paixão, pois minha sedução não é jogo barato de vou e não vou, de vem e não vem... É cio de fera em tesão, é deleite de fêmea em amor e paixão! Se me queres ter - enlouquecida - na redoma dos teus braços, preencha esse processo louco, pois de caça a caçadora serei conquista, que morre aos teus pés, que renasce aos teus beijos... e satisfaz teus desejos o tempo todo, indescritivelmente...

Aprenda a possuir-me... por amor...

Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz


Sou caçador talentoso... Olho, vislumbro, espreito esperto... Miro no peito e acerto. Meu alvo é sempre o coração porque sou movido à paixão. Lambo os lábios à espera da presa indefesa?

Minha gula à jugular procura... Salivo meus lábios se o olhar é de soslaio... Aí é que aumenta a excitação pelo sim ou pelo não, vou até pela contramão com o fito objetivo de apanhar-lhe pelo sutiã, calcinha ou combinação... Tocando nas partes protuberantes que dançam ao toque da música portenha, em meus dedos ébrios, da melhor emoção, traço assim meus rabiscos em tua direção.

Deixo-me confundir para ganhar a tua atenção.

E é bem ai nesse vai e vem pendular de aparente indiferença, que cresce de volume o que estava encolhidinho... Minha sede, fome e loucura, parafuso labial... Tudo difuso e confuso se veste dos mais intensos desejos, na busca da transmutação dos corpos e da mente, focado tão somente, no teu escalpo e em grudar-lhe na pele aveludada. A identidade felina transparece nas masmorras de meu instinto selvagem.

E mergulho fundo no bailado desse emaranhado...

A paciência é minha ciência... Fruto da essência do amor sedutor que vai devagarzinho até deixar a presa molinha entregue ao fascínio do corpo em desalinho, no requebrado mansinho... Sensual e ritmado configurando um espetáculo raro

Pegando firme em teu dorso esguio e apalpando até a alma com a calma de quem sabe que a sincronia da chama, a tudo inflama e que depois compõe no pentagrama da cama em lençóis de cetim o frenesi do gozo mais gostoso e estonteante.

E é bem aí que toda palavra cai ao chão, torna-se vã e a pele fala mais alto pelos murmúrios e sussurros que saem do sopro nascido lá das profundezas mais profundas do corpo em transe e em ebulição.

Dissipam-se as dúvidas quando a musa, diva, ninfeta, deusa das letras, se auto-enuncia na alcova, no palco iluminado por onde se ajoelham seus súditos travestidos de caçadores, mas inconfessos admiradores, desse poder sobrenatural do Amor e da Paz (PEAPAZ), com a inocência saudável sutil e refinada do melhor humor.

Aprenda a possuir-me...
Na doação e recepção suprema do amor!


[Duo: Silvia Mota e Hildebrando Menezes]

18 de out. de 2011

Pedaço de ti... tudo de mim

Pedaço de ti... tudo de mim

Se me deixar teus olhos,
sentirei tua ternura,
brilhando como as estrelas
Se houver lágrimas,
as secarei gentilmente,
como a brisa a te acariciar,
para sentir fortemente
todo amor que posso dar

Se ficar teus braços,
neles me alojarei,
sentindo o conforto,
do abrigo encontrado,
do abraço apertado
para sempre lembrar.
Tuas mãos inclinadas
teu toque suave,
com carinho tatuado,
meu peito marcando,
minha’lma tocando,
como a flauta a soar.

Se me deixar tua boca
teu sorriso será meu tesouro
Se ficar teus cabelos,
acariciarei para que adormeça.
Se me deixar tua voz,
dela farei meu caminho.
Que segurei junto a ti
sem receio de que vás partir
Se ficar o silêncio
celebraremos momentos,
onde gritos de alegria,
ecoou no firmamento

Se ficar tuas pegadas,
dela farei minha estrada,
onde buscarei,
pedaço de ti,
tudo de mim.

[Fernanda Queiroz]