14 de jul. de 2009

Hormônios do Amor e da Fidelidade

.

Em um futuro próximo, simples amostras de DNA poderão comprovar a fidelidade da pessoa amada. Você faria o teste?

O amor é pura química. Disso, a ciência não duvida. É o que mostram cada vez mais as pesquisas feitas dentro das áreas de Neurociência e Genética. Por meio de exames, os cientistas já conseguem entender quais e como as áreas do cérebro envolvidas no apego e fidelidade funcionam, e o importante papel que os hormônios exercem em todas as etapas de um relacionamento. Para os especialistas, no futuro, um simples exame de sangue poderá determinar a compatibilidade de um casal e até mesmo a fidelidade de seu companheiro.

As análises mostram que, tanto no amor como na paixão, as áreas ativadas no cérebro são as mesmas. Os hormônios também: oxitocina e vasopressina. O primeiro é associado ao que as pessoas sentem ao abraçar ou beijar alguém por quem nutrem um sentimento muito forte. É também chamado de "hormônio do amor", tanto é que sua concentração se eleva a 400% durante um orgasmo. Agora, os pesquisadores descobriram que a oxitocina está relacionada à fidelidade.

Já a vasopressina, que também é liberada durante o ato sexual e traz sensação de prazer, é um dos hormônios que determina as chances de um casal dar certo ou não. Com esses dados em mãos, os cientistas concluem que o afeto que sentimos por outra pessoa é tão inconsciente como qualquer outro sentimento humano, é como sentir fome ou sede, por exemplo.

Quando estamos apaixonados, o cérebro "desliga" a amígdala, que é responsável por nossos julgamentos sociais. Os geneticistas acreditam que esse é um processo vital para a continuação da espécie. "Na paixão, as áreas ligadas ao juízo crítico são desativadas, então, a pessoa não consegue identificar ameaças. Isso faz com que a pessoa veja menos defeitos no amado. Por isso se diz que 'o amor é cego'", explicou o neurocientista André Palmini, da divisão de Neurologia da PUC-RS, durante o 5º Congresso Brasileiro de Cérebro, Comportamento e Emoções, que ocorreu em Gramado nos dias 11 a 13 de junho.

Segundo Palmini, o amor aciona as áreas do cérebro responsáveis pelo sistema de recompensa. Em busca de bem-estar, nos apaixonamos. Mas como a ciência explica o amor? Segundo o neurocientista, aos poucos, essa sensação é substituída por afeto, que aciona outras áreas do cérebro e libera hormônios ligados ao prazer, mantendo os casais juntos.

Por Carol Nogueira*